Sem Motorista

Carro autônomo brasileiro circula sem motorista na cidade de São Carlos 

Pesquisadores testaram recentemente em São Carlos (SP) o carro autônomo brasileiro, que roda por conta própria sem a necessidade de motorista. Desenvolvido pela equipe do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC) e do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade São Paulo (USP), o veículo (uma perua Fiat Palio Weekend Adventure Dualogic 2011) circulou por vias públicas do campus da universidade, atraindo a atenção de curiosos e pedestres. Como medida de segurança, a velocidade foi limitada a 40 km/h e havia um técnico dentro do carro pronto para assumir o controle da direção em caso de pane nos computadores. Auxiliado por sistemas eletrônicos e munido com dois computadores, sensor a laser, câmeras e GPS, o veículo do projeto Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma (CaRINA) percorreu um trajeto de cerca de 20 quilômetros mantendo uma distância segura de outros veículos, identificando os semáforos do caminho, respeitando os sinais vermelhos e avançando nos verdes. O veículo já acumula mais de 150 quilômetros rodados de forma totalmente autônoma em testes feitos dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, segundo os pesquisadores. O objetivo do projeto – iniciado em 2007 – é diminuir no futuro o número de acidentes em ruas e rodovias, servir como meio de locomoção para idosos e pessoas com deficiência física e contribuir com a automatização agrícola e do transporte de carga. Os pesquisadores também pretendem desenvolver um sistema de auxílio aos motoristas, que os avise sobre uma eventual situação de risco. “O teste nas ruas é a etapa final de validação de todo um trabalho árduo que vem sendo desenvolvido”, afirmou o professor de sistemas de computação Denis Wolf, coordenador do projeto, que envolve a participação de 15 pessoas. O projeto do carro autônomo inteligente envolve conhecimentos de visão computacional, inteligência artificial, fusão de sensores, sistemas embarcados, processamento de sinais, entre outros. O computador do veículo precisa tomar decisões em curto espaço de tempo. “Caso uma criança atravesse na frente do carro atrás de uma bola, por exemplo, isso deve ser observado através das câmeras e sensores; o computador deve identificar a situação de risco elevado, decidir qual ação deve ser feita e enviar os comandos corretos para acionar o freio ou o volante em menos de um segundo”, afirmou o pesquisador. Difícil mesmo é viajar no banco traseiro, sabendo que não há ninguém ao volante.